Interculturalidade por caminhos artísticos turma Curso19_25/26
Apresentação
No atual contexto de deslocamentos humanos através do globo, pelos mais variados motivos, tais como as desigualdades sociais, as guerras, as perseguições políticas, ideológicas ou religiosas e as alterações climáticas, a multiculturalidade tem-se apresentado como realidade na sociedade portuguesa e exige, de todos os intervenientes do sistema educativo, formações consistentes para a lidar com a interculturalidade. Esta formação propõe, através de desafios individuais, em jogos, exercícios corporais e vocais, arranjos em duplas ou trios, ou ainda dinâmicas em pequenos grupos, a experimentação prática-artística e teórica em torno de conceitos como identidade, competências interculturais, empatia, conflitos e mediações. Para combater o racismo, a xenofobia ou a misoginia, fatores desagregadores da sociedade, e valorizar os direitos humanos, as artes podem representar meios de reflexão, aprendizagem e encontro na diversidade. A expressão dramática, o teatro e as artes, em geral, podem constituir-se em ferramentas poderosas para que as professoras e os professores possam lidar com a alteridade cultural de maneira criativa. Propiciam também a que toda a comunidade escolar se desenvolva no sentido do fortalecimento de diferentes modos de comunicar, exercitando relações afetivas e empáticas. No conhecimento de outras identidades e culturas, busca-se combater o olhar preconceituoso, estereotipado ou etnocêntrico para todas e todos que, neste momento, dividem o mesmo espaço ou território.
Destinatários
Professores dos Ensinos Básico e Secundário
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira. No âmbito do Despacho n.º 4840/2023, publicado a 21 de abril de 2023 a ação de formação, releva na dimensão científico-pedagógica para a progressão da carreira docente Professores dos Ensinos Básico e Secundário.
Objetivos
A oficina propõe-se a atingir os seguintes objetivos: - Conceituar a multiculturalidade e a interculturalidade como fatores positivos; - Apresentar jogos dramáticos e técnicas teatrais para a comunicação intercultural; - Desenvolver diferentes pontos de vista e capacidades de argumentação diante de um desafio ou problema; - Valorizar a multiplicidade de culturas enquanto diversidade de formas de humanidade; - Definir a identidade enquanto conceito dinâmico ao longo da vida dos sujeitos; - Refletir sobre culturas hegemónicas e minoritárias; - Criar cenas, situações e trabalhos de artes performativas que expressem o convívio e as trocas interculturais; - Experimentar estratégias artísticas para a comunicação, a interação e a mediação intercultural.
Conteúdos
1. Identidade e Alteridade 6 horas -Quem sou eu? Jogo metafórico Se eu fosse (um animal, uma paisagem, uma comida, uma cor); -A história do meu nome Narrativa pessoal explicitando origens do nome, apelidos e locais de onde vieram os ascendentes; -Jogo dramático para identificação de semelhanças e diferenças, no grupo de participantes: cor dos olhos, cabelos, pele, altura etc.; -Jogo das partes que compõem a identidade: origens, nacionalidades, profissões, papéis familiares, escolaridade, género etc.; -Máscaras na vida e no teatro objeto, técnica e jogo. 2. Corpo e voz Ferramentas de comunicação e expressão 6 horas -O corpo fala comunicação gestual e mímica jogos e reflexões; -Parâmetros do som aplicados ao uso da voz (altura, timbre, intensidade e duração) experimentação prática e conceituações; -Eixo corporal, articulações e meditação ativa exercícios de propriocepção e experimentações físicas; -Vestimentas tradicionais, maquiagens corporais e figurinos. 3. Obras literárias, visuais, performativas e musicais e a Interculturalidade 6 horas -Músicas e ritmos de diferentes partes do mundo para dançar; -Análise de letras de canções que tratem da interculturalidade; -Apreciação de obras visuais, literárias e performativas que abordem diferentes culturas: conflitos, encontros, migrações etc.; -Criações performativas, em pequenos grupos, a partir das obras artísticas apreciadas. 4. Competências interculturais, conflitos e mediações 7 horas -Dramatização de situações divulgadas pela comunicação social; -Jogo de improviso e argumentação a partir de determinados temas ou situações; -Partilha de projetos interculturais em desenvolvimento, em Portugal; -Análise de situações e conflitos experienciados em contextos escolares; -Criação de projetos interculturais com a comunidade educativa.
Metodologias
Presencial: A formação será dinamizada através da apreciação de vídeos, fotografias, charges ou letras de músicas; leituras de textos teóricos e literários; experimentação de jogos e exercícios que permitam a reflexão sobre a identidade individual e coletiva, os conceitos de integração, exclusão e pertença, e ainda o assumir diferentes papeis e pontos de vista, numa determinada situação. A parte prática será alvo de considerações em grande grupo, aproximando o contexto pedagógico da formação às realidades dos formandos. Trabalho Autónomo: Propõe-se que os formandos realizem uma experimentação dos jogos e exercícios trabalhados na formação com os seus alunos, levando à criação de cenas ou pequenos trabalhos performativos que reflitam o cenário da interculturalidade nas suas práticas pedagógicas. Prevê-se ainda a criação de projetos interculturais a serem desenvolvidos com a comunidade educativa. O relatório a apresentar, sobre o trabalho desenvolvido, poderá ser enriquecido com desenhos, pinturas, fotografias ou pequenas gravações, anexas ao texto reflexivo escrito.
Avaliação
A avaliação dos formandos terá em conta os seguintes parâmetros: Participação: nas tarefas; pela intervenção; pela assiduidade e pontualidade 30%; Produção de trabalhos e/ou materiais e sua aplicação 20%; Reflexão critica/ memória final e relatório de implementação 50% A classificação final terá em conta a legislação em vigor: Excelente de 9 a 10 valores; Muito Bom de 8 a 8,9 valores; Bom de 6,5 a 7,9 valores; Regular de 5 a 6,4 valores; Insuficiente de 1 a 4,9 valores.
Bibliografia
Anzaldúa, G. (2017). Como domesticar uma língua selvagem. In A. G. Macedo (Org.). Estudos comparatistas e cosmopolitismo: pós-colonialidade, tradução, arte e género (pp. 225-238). Universidade do Minho, CEHUM. http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/59751Boal, A. (1998). Jogos para atores e não-atores. Civilização Brasileira e Boal, A. (2005). Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Civilização Brasileira.Ferreira, M. M. (2003). Educação intercultural. Universidade Aberta.Hall, S. (2000). Quem precisa da identidade? In T. T. Silva (Org.), Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais (pp. 103-133). Vozes. e Hall, S. (2003). Da diáspora: identidades e mediações culturais. L. R. Sovik (Org.), (A. L. G. Resende, Trad.) (pp. 9-94). UFMG/UNESCO.Ramos, N. (2013). Interculturalidade(s) e Mobilidade(s) no espaço europeu: viver e comunicar entre culturas. In H. Pina, F. Martins & C. Ferreira (Eds.). The Overarching Issues of the European Space (pp. 343-360). Faculdade de Letras da Universidade do Porto, http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12349.pdf
Formador
Renata Flaiban Zanete
Cronograma
| Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
| 1 | 06-02-2026 (Sexta-feira) | 17:30 - 20:30 | 3:00 | Presencial |
| 2 | 07-02-2026 (Sábado) | 09:30 - 12:30 | 3:00 | Presencial |
| 3 | 07-02-2026 (Sábado) | 14:00 - 17:00 | 3:00 | Presencial |
| 4 | 20-02-2026 (Sexta-feira) | 17:30 - 20:30 | 3:00 | Presencial |
| 5 | 21-02-2026 (Sábado) | 09:30 - 12:30 | 3:00 | Presencial |
| 6 | 21-02-2026 (Sábado) | 14:00 - 17:00 | 3:00 | Presencial |
| 7 | 28-02-2026 (Sábado) | 09:00 - 12:00 | 3:00 | Presencial |
| 8 | 28-02-2026 (Sábado) | 13:00 - 17:00 | 4:00 | Presencial |