É NO AR QUE ONDEIA TUDO! É NA PALAVRA QUE TU EXISTES – OFICINA DE ESCRITA (@D) turma Curso15_A15

Apresentação

Neste curso, É NO AR QUE ONDEIA TUDO! É NA PALAVRA QUE TU EXISTES – CURSO DE ESCRITA (@D), cujo título faz uma alusão e uma homenagem a Mário de Sá-Carneiro e à imaterialidade que suporta a comunicação a distância, desenvolvemos e aprofundamos técnicas de criatividade aplicadas à escrita, que podem servir de modelo para diferentes situações de aprendizagem – algumas dessas técnicas não são habitualmente desenvolvidas nas aulas de Português, que não têm privilegiado a importância pedagógica da escrita “expressiva ou lúdica”, apesar de o Perfil dos Alunos (PASEO) destacar o pensamento criativo como uma das áreas de competências a privilegiar. É também nosso objetivo usarmos obras de arte não exclusivamente literárias como ponto de partida, como pinturas ou música, além de diversificarmos o diálogo com textos de diferentes modos e géneros, nomeadamente poemas de autores portugueses e estrangeiros, poetas japoneses clássicos – de autores de haikus –, além de antologias, narrativas e textos de vários autores e tipologias ou ainda as experiências de Oulipo, em suporte material e imaterial. Finalmente, este curso também se justifica pelo facto de poder servir como exemplo de formas diversas de trabalhar com os alunos, quer dentro da sala de aula, quer em contextos como a biblioteca escolar, as salas de estudo, os apoios pedagógicos ou as atividades de enriquecimento e de aprofundamento do currículo, na perspetiva da autonomia e flexibilização curricular.

Destinatários

Professores dos grupos 200, 210, 220 e 300, 310, 320, 330, 340 e 350 pertencentes ao CFAE de Portimão e Monchique

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 200, 210, 220 e 300, 310, 320, 330, 340 e 350 pertencentes ao CFAE de Portimão e Monchique. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos grupos 200, 210, 220 e 300, 310, 320, 330, 340 e 350 pertencentes ao CFAE de Portimão e Monchique.

Objetivos

A partir da discussão do estado da arte da pedagogia da escrita, da análise crítica e da prática da escrita de acordo com modelos literários, a partir de exercícios dados e da discussão coletiva de textos produzidos, procurar-se-á produzir materiais que visem: a. conceber a escrita como uma ‘poética’, recuperando o sentido etimológico de “poiêsis”, i.e., algo que se cria, que se produz porque se tem uma certa técnica, um saber-fazer; b. partir da experiência da leitura para passar ao estudo desses modelos e daí à produção escrita; c. assumir juízos críticos sobre os textos lidos e as produções textuais; d. aplicar técnicas de criatividade à produção de textos escritos; e. escrever com determinações pré-definidas; f. tomar consciência da necessidade de planificar, reescrever e aperfeiçoar os textos; g. dialogar com obras do património literário nacional e universal; h. divulgar os textos escritos de forma significativa, em espaços públicos, editando um livro ou colocando textos na Internet.

Conteúdos

1. Estado da arte de uma ‘teoria da elaboração’ revisitada: 'inventio', 'dispositio', 'elocutio', 'memoria', 'pronuntiatio': i. afinal os alunos constroem ou não o seu conhecimento? ii. como garantir que a escola seja insubstituível? iii. algumas críticas ao papel da escola; iv. as oficinas de escrita substituem o que resta da antiga Retórica? 2. A escrita, as Aprendizagens Essenciais, o PASEO e o currículo nacional do Ensino Básico e Secundário: reflexão sobre a escrita criativa e as competências gerais, transversais e essenciais de Português. 3. Situações problemáticas e obstáculos à capacidade de produzir textos e ao domínio de técnicas de escrita: i. escrever com as crianças; ii. o que diz a investigação sobre a escrita? iii. 10 princípios pedagógicos para ensinar o processo da escrita; iv. 8 princípios de ensino. 4. Prática de atividades de escrita criativa: exercícios de estilo e escrita de poemas e contos: i. Exercícios de estilo: o acaso, os dados; um texto em cascata; uma bola de neve; N+7; literatura definicional; completar poemas; escrever limericks; escrever 10 mil milhões de poemas; escrever um texto cada vez maior; escrever de retângulo em retângulo; escrever micro-histórias; monólogos telefónicos; conselhos absurdos para ser infeliz; diários e minutários; uma carta difícil de escrever; reescrever um texto autobiográfico à maneira de Lídia Jorge; reescrever à maneira de Queneau um episódio autobiográfico (irritante, ridículo ou divertido); fazer uma descrição num lugar público; escrever haikus; escrever à maneira surrealista... ii. E-portefólios; iii. Blogues e outras páginas; iv. Uma oficina do conto; v. Exemplos de sequências didáticas: - Escrever para explicar; - Escrever para informar; - Escrever para prescrever; - Escrever para narrar; - Saber escrever com conteúdo. vi. Leitura e discussão das sinopses propostas: - cf. questões-chave de Robert Mckee para a escrita de uma história. -cf. conto de Italo Calvino, “Os Filhos Madraços” (in Ultimo Viene il Corvo, 1949). vii. Uma lista de objetos importantes para uma personagem; viii. Fazer a biografia de uma personagem; ix. Fazer entrar a personagem numa história; x. Reescrever a sinopse; xi. Escrever o conto; xii. Reescrever e aperfeiçoar o conto. 5. Elaboração de materiais didáticos: i. Para alunos do 1º ciclo; ii. Para alunos de outros ciclos. 6. Produção de materiais pedagógicos e definição de estratégias para promover o uso criativo e multifuncional da escrita.

Metodologias

1. Reflexão sobre o estado da arte de uma ‘teoria da elaboração’ revisitada: da retórica clássica aos cursos de escrita criativa: 2. Diagnóstico de situações problemáticas e obstáculos à capacidade de inventar e produzir textos: 3. Discussão de propostas concretas de intervenção: 4. Prática de escrita criativa em diálogo com obras literárias e não literárias, não exclusivamente portuguesas, de diferentes épocas, e elaboração de materiais didáticos. 5. Apresentação e discussão coletiva desses materiais. 6. Experimentação dos materiais em contexto real de sala de aula. 7. Avaliação coletiva dos materiais produzidos e dos resultados alcançados. 8. Reformulação / reescrita dos materiais em função dessa avaliação. 9. Avaliação do curso de formação. Nota: A diversidade de níveis de ensino dos professores inscritos tem permitido conhecer melhor o que fazem e como trabalham, nos diferentes ciclos, partilhando diagnósticos, sugestões, práticas e materiais.

Avaliação

- Participação e envolvimento nas tarefas propostas durante as sessões. - Participação e desenvolvimento de tarefas em trabalho autónomo. - Elaboração e qualidade linguística da reflexão crítica sobre a ação e sobre o próprio desenvolvimento profissional e pessoal. Na avaliação dos formandos dá-se cumprimento às determinações legais, nomeadamente o n.ºs 1 a 4 e 7 a 9 do artigo 4.º do Despacho n.º 4595/2015, do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, publicado no Diário da República, 2.ª Série, N.º 87, de 6 de maio, e ao Regulamento para acreditação e creditação de ações de formação contínua, de 9 de maio de 2016, do CCPFC. A avaliação é formalizada numa escala de 1 a 10 com a menção qualitativa de: 1 a 4,9 valores – Insuficiente 5 a 6,4 valores – Regular 6,5 a 7,9 valores – Bom 8 a 8,9 valores – Muito Bom 9 a 10 valores – Excelente

Bibliografia

Aido, João Pedro (2012). Língua Portuguesa – Oficina de Escrita Criativa [Projeto Desafios, 8.º ano]. Santillana.Brugnolo, Stefano & Mozzi, Giulio (1997). Ricettario di Scrittura Creativa. Edizioni Theoria, vol. 1 & 2.Hughes, Ted (1967). Poetry in the Making (Hélder Moura Pereira, Trad. O Fazer da Poesia. Assírio & Alvim, 2002). Faber and Faber.Pereira, M. Luísa Álvares (2008). Escrever com as Crianças. Como Fazer Bons Leitores e Escritores. Porto Editora.Swope, Sam (2004). I Am a Pencil (Lucília Filipe, Trad. Eu sou um Lápis. Um Professor, os Seus Alunos e o Seu Mundo de Histórias. Sinais de Fogo, 2006). Henry Holt and Company.

Formador

João Pedro Barroso do Aido

Cronograma

Sessão Data Horário Duração Tipo de sessão
1 20-04-2024 (Sábado) 09:00 - 12:00 3:00 Online síncrona
2 20-04-2024 (Sábado) 14:00 - 17:00 3:00 Online síncrona
3 26-04-2024 (Sexta-feira) 17:30 - 20:30 3:00 Online assíncrona
4 27-04-2024 (Sábado) 09:00 - 12:00 3:00 Online síncrona
5 27-04-2024 (Sábado) 14:00 - 17:00 3:00 Online síncrona
6 04-05-2024 (Sábado) 09:00 - 12:00 3:00 Online assíncrona
7 04-05-2024 (Sábado) 14:00 - 17:00 3:00 Online assíncrona
8 11-05-2024 (Sábado) 09:00 - 12:00 3:00 Online síncrona
9 11-05-2024 (Sábado) 14:00 - 17:00 3:00 Online síncrona
10 25-05-2024 (Sábado) 09:00 - 13:00 4:00 Online assíncrona
11 01-06-2024 (Sábado) 09:00 - 12:00 3:00 Online síncrona
12 01-06-2024 (Sábado) 14:00 - 18:00 4:00 Online síncrona
13 08-06-2024 (Sábado) 09:00 - 13:00 4:00 Online assíncrona
14 15-06-2024 (Sábado) 09:00 - 13:00 4:00 Online assíncrona
15 22-06-2024 (Sábado) 09:00 - 13:00 4:00 Online assíncrona
Início: 20-04-2024
Fim: 22-06-2024
Acreditação: CCPFC/ACC-119903/23
Modalidade: Curso
Pessoal: Docente
Regime: e-learning
Duração: 50 h
Local: Zoom